GETÚLIO VARGAS - HERANÇA ONIPRESENTE
AS CONTRADIÇÕES NA VIDA DO MAIOR PERSONAGEM DA HISTÓRIA DO BRASIL
CURRÍCULO
NOME: Getúlio Dornelles Vargas
NASCIMENTO: São Borja (RS), 19 de abril de 1882
Morte: Rio de Janeiro (RJ), 24 de agosto de 1954
Ocupação: Presidente da República
Nenhum brasileiro poderia ser mais polêmico. E, ao mesmo tempo,
não há dúvidas que não deveria ser outro senão o primeiro dentre dez
nomes fundamentais para a História do Brasil. Getúlio Vargas foi um
ditador – e um presidente democrático – que dividiu o país. É possível
amar ou detestar seu legado. Mas é impossível negar que ele está em todo
lugar. A consolidação das Leis do Trabalho, a legislação sindical, a
Petrobras, a Ordem dos Advogados do Brasil, e mesmo coisas mais
abstratas, como um certo nacionalismo excludente, que encara
adversários como “entreguistas”, inimigos da nação, todas são heranças
da Era Vargas, que, 80 anos depois, ainda não é objeto de consenso entre
pesquisadores.
A própria natureza política de Vargas é difícil de avaliar. A
Revolução de 1930, na qual ascendeu ao poder como presidente provisório,
prometia industrializar o Brasil e corrigir os defeitos
antidemocráticos da República Velha. Em 1932, o voto tornou-se secreto,
obrigatório e passou a incluir as mulheres, de forma a acabar com o
“voto de cabresto”, no qual lideres locais pressionavam os eleitores a
elegerem seus candidatos, já que era possível saber quem votava em quem.
A demora em entregar uma nova Constituição e o fato de a Revolução ter
deposto um paulista, Washington Luís, levaram São Paulo a uma guerra
civil, a Revolução Constitucionalista de 1932. O estado foi derrotado,
mas a constituição saiu, por meio de uma assembleia de base, eleita de
acordo com novas leis, em 1934.
Eleito indiretamente no mesmo ano, Vargas detestou o
resultado da Constituição, para ele oneroso demais para o orçamento
público e liberal no combate à subversão – em 1935, houve um levante
comunista. Antes que seu mandato acabasse, em 1937, ele deu um
autogolpe, impondo uma nova carta, que proibia greves, acabava com os
governos estaduais e permitia ao governo demitir funcionários públicos,
baseada na constituição da Polônia, de inspiração fascista.
O Brasil desenvolveu indútrias de base, como a Companhia
Siderúrgica Nacional, de 1941, e a Vale do Rio Doce, no ano seguinte.
Também deu uma séria guinada para o fascismo. Foi estabelecido um culto à
personalidade do ditador, e as manifestações culturais foram
enquadradas numa perspectiva nacionalista e construtiva. Em 1942, esse
país autoritário entraria em guerra contra o fascismo, tornando-se o
único da América Latina a enviar tropas à Europa – e vencer os alemães,
diga-se.
A contradição em lutar por democracia com uma ditadura em
casa não passou despercebida. Ao fim da guerra, Vargas foi deposto. Mas
sua popularidade era imensa, e ele voltou como presidente eleito em
1951. O Getúlio democrático governou um país sectário. A imprensa e a
classe média estavam contra ele. A esquerda, que Vargas havia
perseguido, passou a apoiá-lo. Em tempos de Guerra Fria, essa aliança
apenas exaltou os ânimos. Em meio a uma furiosa polêmica causada por uma
tentativa de assassinato ao jornalista opositor Carlos Lacerda por um
membro da guarda pessoal do presidente, Vargas escreveu seu famoso “Saio
da vida para entrar na história” e deu um tiro no coração. Seu fantasma
assombraria o país para sempre. Seriam seus aliados ou opositores que
decidiriam o futuro do Brasil pelas próximas gerações.
O BRASIL DE GETÚLIO
Ano: 1940
População: 41.263.315
População Rural: 68%
Taxa de Analfabetismo: 56,1%
Regime Político: Estado Novo (Ditadura Civil)
COMO SERIA SEM ELE
Provavelmente o país seria ainda mais agrário. As indústrias
petrolífera, de mineração e siderúrgica talvez não tivessem sido
fundadas ou seriam multinacionais. Por outro lado, com ânimos políticos
menos exaltados, o país poderia ter escapado de duas ditaduras.
FONTE: AVENTURAS NA HISTÓRIA